No âmbito de uma tese doutoramento na área da microbiologia, foi desenvolvida uma nova tecnologia que, segundo os seus inventores, tem um grande potencial profilático na prevenção de infeções, particularmente a listeriose. Trata-se da infeção de origem alimentar com a maior taxa de mortalidade na Europa, segundo dados da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), e que afeta principalmente recém-nascidos, grávidas, idosos e indivíduos imunocomprometidos. “Lactobacillus alimentarius MK426 for use in preventing infections with Listeria species, compositions comprising said strain and uses thereof” está agora patenteada a nível europeu.
Os investigadores – Paula Teixeira, Cláudia Maciel, Norton Komora, Vânia Ferreira e Sérgio Sousa – do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa desenvolveram uma tecnologia inovadora, agora protegida por patente europeia, que pode desempenhar um papel fundamental na prevenção da listeriose. A tecnologia baseia-se na utilização de uma nova estirpe bacteriana com potencial probiótico, Lactobacillus alimentarius, que biossintetiza um péptido antimicrobiano (bacteriocina) designado coagulina A. “Ensaios de invasão, realizados num modelo celular que mimetiza o epitélio intestinal, utilizando a estirpe wild-type (geneticamente caracterizada) e o respetivo mutante (coagulina A-negativo) revelaram que a administração de L. alimentarius preveniu eficazmente a infeção por um cocktail de Listeria monocytogenes” explica Cláudia Maciel.