Projeto GO-Biochorume inicia trabalhos de campo

Sexta-feira, Janeiro 26, 2018 - 15:23
Projeto GO-Biochorume inicia trabalhos de campo
Projeto GO-Biochorume inicia trabalhos de campo

Os investigadores Joaquim Cunha e Alberto Vega, da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa no Porto, aplicaram, no início do mês de janeiro de 2018, um bioinóculo desenvolvido pela ESB em 250 árvores de paulónia (Paulownia sp.), nos viveiros florestais de Amarante do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas). Este trabalho faz parte do projeto GO-Bio©horume, aprovado em 2017 no âmbito dos Grupos Operacionais destinados a promover a inovação do sector agrícola nacional. O projeto pretende valorizar a fração líquida de chorumes (com elevada carga poluente para o solo e recursos hídricos) produzidos pelas explorações pecuárias leiteiras, através da sua aplicação como fertilizante em espécies florestais de crescimento rápido, como é o caso da paulónia e ainda do choupo (Populus sp.). A aplicação de microrganismos pode também favorecer o estabelecimento, a capacidade de crescimento e a resistência a doenças destas árvores. Este bioinóculo, constituído por fungos e bactérias, aplicado recentemente nas paulónias, poderá vir a diminuir a sua taxa de mortalidade na fase de transplante para o campo e a reduzir o stress advindo da aplicação do chorume, permitindo ainda a reciclagem deste efluente a uma taxa mais eficiente. O recurso a este tipo de espécies vegetais e a este tipo de simbiose com os microrganismos poderá reduzir os impactos ambientais do chorume, sendo também uma mais-valia para a produção de biomassa para energia. Trata-se de um modelo inovador de gestão de efluentes, numa perspetiva de “economia circular”, à escala da unidade da exploração, convertendo-os numa oportunidade e numa mais-valia económica e ambiental.

Este projeto vai ser desenvolvido, ao longo dos próximos quatro anos, pela ESB em parceria com a empresa AVELEDA, que é a entidade coordenadora do mesmo. Na ESB a coordenação é assegurada pela Professora Doutora Paula Castro, contando ainda com a colaboração dos investigadores: Sofia Pereira, Helena Moreira, Joaquim Cunha, Alberto Vega e Eduardo Cardoso. O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV); Associação Florestal de Portugal (FORESTIS); Federação Nacional das Uniões Cooperativas Leite e Lacticínios (FENALAC) são as instituições parceiras.